segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Você é um mal-educado digital?

Nove entre cada dez americanos adultos alegam terem visto pessoas utilizando mal a tecnologia móvel.

Por Redação Administradores , http://www.administradores.com.br/
 
Com a recente explosão de gadgets, a efervescência de novos formatos de comunicação e a consequente transformação de hábitos nas sociedades contemporâneas, surgiram, também, alguns inconvenientes. Digitar ou enviar mensagens de texto enquanto dirige. Enviar e-mails enquanto caminha. Usar dispositivos móveis durante a lua de mel. Essas, entre outras, são as principais reclamações citadas pelos adultos norte-americanos em uma recente pesquisa realizada pelo Ipsos e patrocinada pela Intel Corporation para descobrir a atual situação da etiqueta móvel nos Estados Unidos e que pode, muito bem, se aplicar à realidade do Brasil.

Nove entre cada dez americanos adultos alegam terem visto pessoas utilizando mal a tecnologia móvel e 75% deles acreditam que a educação no uso de dispositivos móveis está pior do que há um ano, de acordo com a pesquisa.

Segundo os entrevistados, à medida que o número de dispositivos móveis conectados à Internet continua a crescer, o mesmo acontece com a consciência sobre como as pessoas usam estes dispositivos perto de outras pessoas. O relatório de 2011 da Pew Internet & American Life Project alega que 85% dos adultos nos EUA possuem um telefone celular, 52% deles possuem notebooks, 4% já disponibilizam de tablets e apenas 9% dos não possuem nenhum dos tipos de dispositivos estudados na pesquisa.

"A tecnologia móvel ainda é relativamente nova. Afinal, foi há apenas oito anos que a Intel integrou a WiFi em um computador, possibilitando assim o notebook sem fios. Smartphones, tablets e outros dispositivos móveis na realidade ainda estão em sua infância. Então, não é nenhuma surpresa que as pessoas ainda tenham dificuldades em encontrar a melhor forma de integrar esses dispositivos em suas vidas", afirmou Genevieve Bell, chefe de pesquisa em interação e experiência da Intel Labs.

"As novas tecnologias digitais estão se tornando fundamentais para a vida dos consumidores, mas ainda não esclarecemos para nós mesmos, nossas famílias, comunidades e sociedades quais são os tipos apropriados de comportamento e expectativas", declarou Bell.

Principais descobertas da pesquisa

Ao mesmo tempo em que a conectividade na ponta dos dedos ajudou as pessoas a serem mais produtivas, as maneiras com que elas usam a tecnologia na presença de outros pode gerar frustração. A maioria dos adultos norte-americanos pesquisados (92%) concorda que as pessoas deveriam ter mais educação no que se refere a usar seus dispositivos móveis em áreas públicas. Praticamente um entre cada cinco adultos (19%) admite o mau comportamento móvel, mas continua se comportando da mesma maneira porque todo mundo se comporta igual.

O desejo de estar mais próximo de família, amigos e companheiros de trabalho, combinado com os dispositivos "sempre conectados" contribui para uma necessidade inata de ter dispositivos móveis disponíveis o dia todo, todos os dias, a todo o momento. De fato, um entre cada cinco adultos admite checar seu dispositivo móvel antes mesmo de sair da cama de manhã.

Com inúmeras opções de dispositivos móveis finos, pequenos e poderosos disponíveis no mercado, as pessoas podem facilmente levá-los sempre consigo, facilitando a chamada "demonstração pública da tecnologia".

A pesquisa revelou ainda que os adultos norte-americanos presenciam uma média de cinco "ofensas móveis" por dia, com as principais delas permanecendo iguais as da primeira pesquisa da Intel sobre o estado da etiqueta móvel em 2009. As principais falhas de educação na mobilidade continuam sendo o uso de dispositivos enquanto dirigem (73%), falar alto em um dispositivo móvel em lugares públicos (65%) e usar um dispositivo móvel enquanto caminha pela rua (28%).

"A premissa da etiqueta e de como nos socializamos com os outros não é um conceito novo. Sempre que interagimos com outra pessoa diretamente ou por meio do uso da tecnologia móvel, a etiqueta é um fator", explicou a autora e especialista em etiqueta Anna Post do Emily Post Institute. "Todos nós podemos ser mais conscientes sobre como usamos a nossa tecnologia móvel e como o nosso uso pode afetar as pessoas em nossa volta – em casa, no escritório ou onde quer que estejamos em público".

À medida que as normas de etiqueta móvel continuam a evoluir, Post oferece dicas para aqueles que usam vários dispositivos móveis diariamente:

 Pratique o que você prega: se você não gosta do mau comportamento dos outros, não faça o mesmo.

 Esteja presente: dê a sua atenção total a quem estiver com você, como em uma reunião ou um encontro.

 Não importa quão boa você acha que a sua capacidade multitarefa é, você deixará uma melhor impressão.

 Os pequenos momentos importam. Antes de fazer uma ligação, digitar uma mensagem de texto ou e-mail em público, pense se as suas ações afetarão os outros. Se elas afetarem, reconsidere, espere ou afaste-se.

• Converse com a sua família, seus amigos e colegas sobre as regras básicas para o uso de dispositivos móveis durante o tempo pessoal.

• Alguns lugares devem permanecer privados: Não use um dispositivo móvel no banheiro. 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tecnologia não substitui gente capacitada

Praticamente toda empresa destina parte da sua receita anual para projetos de tecnologia. E não há dúvida de que grande parte do sucesso e do crescimento da economia mundial pode ser atribuída à indústria de TI e seus acelerados avanços. No entanto, nenhuma tecnologia é boa o suficiente se por trás dela não existirem pessoas capacitadas.

Nos últimos 50 anos o mundo desenvolvido se sentiu desafiado a ganhar mais e mais produtividade. Chega a ser impressionante a velocidade com que o progresso bate à nossa porta, muito em função da tecnologia da informação e da comunicação. Estamos ganhando uma velocidade de transformação e de criação ímpares.

Mas, analisando o capital humano que lida com tamanha evolução, percebemos que urgem mudanças estruturais nas empresas. É preciso capacitar as equipes de trabalho de modo que as pessoas sejam estimuladas a desenvolver mais suas habilidades de conhecimento, análise, intuição e criatividade.

A tecnologia da informação por si só não faz milagres. É preciso ensinar as pessoas a extraírem o melhor do contexto em que estão inseridas. Vejamos: determinada empresa investe na infraestrutura de rede, contando com uma estação de trabalho para cada vendedor/atendente. Investe, também, em aplicativos que permitem elaborar e transmitir orçamentos aos clientes em curto espaço de tempo. Entretanto, ao não capacitar sua mão de obra apropriadamente, se arrisca a perder aquele cliente que faz contato por telefone – na esperança de que um profissional especializado compreenda suas necessidades e possa contribuir para a realização de uma compra acertada.

Enquanto o colaborador se preocupa com a ‘formalização’, o cliente se frustra porque não conseguiu obter ‘informação’. No âmbito das pequenas e médias empresas, esse tipo de relacionamento mal resolvido é muito comum, gerando insatisfação. O cliente se queixa do vendedor que, por sua vez, se queixa do sistema que trouxe consigo mudanças no atendimento. Imagine o quanto seria melhor se o vendedor/consultor pudesse destinar cinco minutos daquele dia para ouvir o cliente, compreender como poderia atender aquele pedido de modo que resultasse numa equação ‘ganha-ganha’, em que todos saem satisfeitos.

Numa outra situação, uma fila de pacientes aguarda – com cara amarrada – a volta do sistema, que ‘saiu do ar’. De repente, os mesmos atendentes que até bem pouco tempo colhiam dados do paciente, transcrevendo tudo para o papel e repassando depois para os médicos e para a administração, sentem-se incapazes de resolver qualquer coisa que dependa do acesso ao computador. Não fazem isso por vontade própria, é claro. Mas porque faltou à direção da empresa capacitá-los para que desenvolvessem o senso de oportunidade e improviso. Preferem, também nessa situação, arriscar o relacionamento com o cliente.

Não se pode duvidar que a tecnologia nos dotou de velocidade suficiente para atender às demandas da nova economia. Mas é preciso aguçar o senso crítico e perceber que a tecnologia, por mais avançada que seja, ainda não substitui a tomada de decisão dos seres pensantes que fazem uso dela. O sucesso não vem fácil, mas chegará mais rapidamente se os empreendedores privilegiarem seus colaboradores e incentivarem o desenvolvimento de suas habilidades cognitivas e comportamentais.

* Adriano Filadoro é diretor de tecnologia da Online Brasil

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Educar filhos é forma de desenvolver habilidades para ter sucesso na carreira

"Uma pessoa precisa ser psicóloga para lidar com o comportamento, as crises e os desafios que uma criança impõe", diz autora de livro.

Por InfoMoney
Educar os filhos é, além de uma atividade desafiadora, uma forma de desenvolver habilidades indispensáveis ao sucesso no mercado de trabalho, segundo a autora do livro “A Liderança Começa em Casa” (Versus Editora), Ann Crinttenden.

“A experiência de educar crianças pode realmente ajudar a desenvolver determinadas habilidades que são aplicáveis ao ambiente de trabalho”, afirmou Ann, em entrevista ao portal InfoMoney.

A autora chegou a esta conclusão depois de fazer uma pesquisa com mais de cem profissionais, entre homens e mulheres, que ocupam posições de destaque no mercado de trabalho. O livro mostra que educar os filhos pode exigir tanto, ou mais, do que construir uma carreira profissional.

De acordo com ela, isso acontece em profissões relacionadas às áreas de administração e gestão, quando gerenciar pessoas é importante, e relacionadas às áreas sociais, como educação.

Filhos ajudam os pais
Ann acredita que, acima de tudo, as pessoas têm de parar de pensar que a educação dos filhos é algo que acontece apenas em casa e que não desenvolve habilidades úteis. “Uma pessoa precisa ser psicóloga para lidar com o comportamento, as crises e os desafios que uma criança impõe”.


Confira, abaixo, as habilidades para o mercado de trabalho que são desenvolvidas durante a educação dos filhos:
  • Você aprende como motivar efetivamente, pelo encorajamento positivo, fixando desafios alcançáveis e provendo o tipo certo de feedback.
  • Você aprende humildade, que não consegue controlar toda a situação ou forçar as pessoas a fazerem o que você quer.
  • Você aprende que persuasão é muito mais efetiva que a dominação.
  • Você aprende a arte de ouvir com respeito a outra pessoa, que isso pode ser efetivo para desarmar uma pessoa brava ou com ressentimento.
  • Você aprende a manipular o desafio da multitarefa, o que significa aprender como priorizar o que precisa ser feito primeiro e o que pode de forma segura ser postergado.
  • Você aprende como delegar;
  • Você aprende como ter foco em meio à constante distração.
Pais ajudam os filhos


Em primeiro lugar, estudando. “Pais que estudaram conversam mais com seus filhos, usam um vocabulário mais vasto para se comunicar e leem para seus filhos. Tudo isso prepara as crianças para a escola e dá a elas uma boa base para começar a vida”, disse Ann.

De acordo com ela, pais que não são estressados são mais esperançosos e otimistas e eles acabam transmitindo isso para as crianças, que passam a fazer melhor suas atividades na escola e na vida em geral.

“Por fim, pais que encorajam seus filhos a fazerem perguntas, a explorar o mundo, são melhores em produzir crianças criativas e curiosas do que pais que são mais rígidos. A economia moderna recompensa pessoas que são criativas e curiosas mais do que aquelas que acatam ordens”.
Assim como os filhos ajudam os pais, os adultos também podem ajudar as crianças a construírem uma carreira de sucesso. Mas de que forma?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Planejamento de carreira também deve incluir qualificação para gerir pessoas

O exercício da liderança exige habilidades que vão além da competência técnica, explica professora.

 
Planeje sua carreira, invista em qualificação, mantenha-se atualizado, tenha um bom network, empreenda. Esses são alguns dos conselhos que os profissionais recebem quando perguntam o que é preciso para construir uma carreira de sucesso. Seguidas as dicas e se deparando com uma promoção que exige a gestão de uma equipe, a pergunta se torna um pouco mais específica: como saber se estou pronto para liderar pessoas e apresentar os resultados esperados pela empresa?

A professora do MBA Gestão de Pessoas do Ibmec, Cristina Amaral, afirma que o profissional deve se preparar para os desafios de gerenciar uma equipe assim que vislumbrar a possibilidade de assumir uma função gerencial, já que a nova posição vai exigir outras habilidades além das técnicas que o levaram ao cargo de gestão. "É bom lembrar que o que leva um profissional para um novo patamar de carreira não necessariamente, o manterá no novo posto. Em geral, a carreira de um gestor é construída a partir de suas conquistas individuais na área técnico-operacional. O exercício da liderança exige habilidades que vão além da competência técnica", orienta.

A professora conta que as mudanças no mercado de trabalho também refletiram nas formas de gestão de pessoas e que os novos coordenadores e gerentes tiveram que abrir o ângulo de visão e de atuação no que diz respeito à gestão de pessoas. "Hoje, um gestor é tanto gestor de negócios quanto gestor de pessoas. Já se foi o tempo em que a carreira gerencial dependia apenas da excelência técnica e as questões de gestão de pessoas ficavam sob a responsabilidade exclusiva do profissional de RH", alerta.

Gestores mais jovens, mas com os mesmos dilemas na gestão de pessoas

O perfil do gestor brasileiro é jovem, mas ainda heterogêneo no que diz respeito às gerações. Embora um levantamento da De Bernt Entschev Human Capital, realizado em 2010, tenha apontado que os cargos de gerência e coordenação estavam sendo ocupados por profissionais com uma média de idade de 35,8 anos; outro levantamento, realizado no mesmo ano pela Hay Group, com 5,5 mil jovens da chamada geração Y – jovens que chegam agora aos 30 anos – apontou que 18% deles já têm uma equipe sob sua gestão.

As gerações são diferentes, mas os desafios diários para motivar pessoas são os mesmos. Além do próprio desenvolvimento o gestor deve estar atento ao crescimento profissional de sua equipe e estar atento aos momentos de carreira de cada funcionário. "Uma promoção mal planejada pode levar a um descarrilamento na trajetória profissional. Já é bastante conhecida aquela clássica constatação 'perdemos um ótimo técnico e ganhamos um mau gerente'", avalia a professora do MBA Gestão de Pessoas do Ibmec, Cristina Amaral.

Amaral lista alguns pontos que o gestor deve estar atento no gerenciamento de sua equipe e algumas perguntas que o profissional deve fazer sobre sua gestão. (Veja o quadro abaixo). 

Na gestão de pessoas, o profissional deve estar atento  aos seguintes aspectos e se perguntar:
  • Oriento o colaborador para os valores e estratégia de negócios da empresa?
  • Forneço informações sobre a empresa e o papel do colaborador na realização das metas da unidade?
  • Estabeleço padrões de excelência ?
  • Em que medida me dedico a funções técnicas e à gestão de parcerias internas e externas?
  • Qual é o meu estilo de gerenciar: comando e controle ou fortalecimento da equipe?
  • Até que ponto tenho distribuido poder, usado produtivamente as competências  da equipe e estimulado a autonomia?
  • Qual é o impacto emocional que eu gero nos colaboradores? Eu aumento ou reduzo a auto-confiança deles?
  • Tenho criado um ambiente de aprendizagem, com troca de informações de qualidade e orientado a equipe no sentido de melhorar ou manter o bom desempenho?
  • Consigo resolver conflitos que necessariamente surgem quando pessoas com diferentes necessidades e estilos têm de trabalhar juntas?
Como o gestor pode contribuir para o desenvolvimento de sua equipe

1. Aprender a gerenciar a si mesmo nos aspectos coginitivos e emocionais.
2. Fornecer um rumo e um sentido para o trabalho da equipe.
3. Equilibrar delegação clara de tarefas com autonomia e flexibilidade.
4. Conhecer os membros da equipe, suas habilidades e aspirações.
5. Propiciar experiências de treinamento e aprendizagem no contexto do trabalho.
6. Gerenciar o clima de trabalho.
7. Distribuir poder: equilibrar o papel de lider com o de membro da equipe.
8. Fornecer feedback consistente e de qualidade.

Cristina Amaral – professora do MBA Gestão de Pessoas do Ibmec

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mais que talentos, empresas agora querem profissionais "top talent", diz consultora

Jovens com espírito de liderança e formados em instituições de primeira linha não mais bastam para sanar as necessidades de algumas empresas.

Infomoney
Se o mercado de trabalho está aquecido, ele também está cada vez mais exigente. Tanto é que as empresas querem mais que profissionais talentosos, elas querem um perfil que a consultora Patrícia Tacaoca, da Kienbaum, empresa de recursos humanos, chama de profissionais "top talent".

Segundo ela, jovens com espírito de liderança e formados em instituições de primeira linha não mais bastam para sanar as necessidades de algumas empresas. Essas características apenas são parte de um perfil mais apurado.

"[As] empresas estão atrás de jovens que já tragam uma certa bagagem", afirma. "Na área contábil-financeira, por exemplo, alguém que já tenha tido a experiência de fechar um balanço. É mais do que um estagiário ou um trainee", exemplifica a consultora.

Um "top talent"

Experiência no exterior, domínio em uma segunda língua estrangeira e experiência em cargos de responsabilidade são algumas características de profissionais top de linha. "Estamos falando de um jovem de até 32 anos que tenha excelente formação e uma experiência de quatro ou cinco anos em grandes empresas", explica Patrícia.

Ela acrescenta que os profissionais "top talent" não são recém-formados, mas são jovens com pós-graduação ou mesmo com MBA (Master Business Administration) em instituições reconhecidas.

Considerando as habilidades comportamentais, a consultora ressalta que um "top talent" precisa estar além dos requisitos básicos do mercado de trabalho, como perfil de liderança, gestão de pessoas, iniciativa, critividade, dinamismo e comprometimento.

O diferencial

O que diferencia um profissional "top talent" de um talento no mercado de trabalho? Para a consultora, a resposta é a experiência em grandes empresas, alguma experiência em gestão e formação sólida em todos os níveis.

Entre as competências, além das gerenciais, a que diferencia os dois perfis é a visão empreendedora. "Esse fator é um dos mais importantes para um profissional 'top talent'", afirma.

E, embora as exigências sejam altas, não são só multinacionais que querem esses profissionais. "Empresas de pequeno porte, mas com fortes perspectivas de crescimento, também requisitam esses profissionais", completa. 

Os sete talentos do profissional do futuro

As necessidades do mercado de trabalho estão em constante mudança. O que era bom até pouco tempo atrás, hoje vale muito pouco e amanhã valerá menos ainda. Habilidades que eram pouco requisitadas agora o são com uma frequencia cada vez maior.
Mas como se situar em face desse mercado mutante? Simples: investindo firme nas habilidades que o mercado buscará no futuro próximo ou que já está buscando agora. As empresas, de um modo geral, quando fazem seus mapeamentos de talentos visando planos estratégicos de sucessão para os próximos anos, têm buscado algumas competências comuns. Essas competências são:
  1. Auto Gerenciamento
  2. Comunicação Múltipla
  3. Negociação
  4. Adaptabilidade
  5. Educação Contínua
  6. Domínio da Tecnologia
  7. Foco nos Resultados
  • Auto Gerenciamento
Significa a capacidade do indivíduo em se auto motivar, auto disciplinar, auto cobrar, auto avaliar, em suma, o indivíduo como um módulo, uma estação de trabalho completa, capaz de realizar coisas, projetos, tarefas, buscar soluções e identificar as formas de implementar essas soluções.
Alguns valores inerentes ao auto gerenciamento:
- Saber o que quer fazer profissionalmente e ir nessa direção. Não desistir.
- Estabelecer metas pessoais e saber conjugá-las com as metas de um grupo ou empresa, se necessário.
- Montar um planejamento eficaz sobre como atingir essas metas.
- Executar esse planejamento, avaliar os resultados, corrigir rumos e continuar o processo em um ciclo constante.
  • Comunicação Múltipla
O mundo é uma aldeia global. Capacidade de se comunicar de modo realmente eficaz em inglês deve ser a primeira prioridade na área de línguas estrangeiras, salvo casos específicos.
Uma análise que deve ser feita com bastante cuidado: antes de sair para uma terceira língua, certificar-se de que o inglês está realmente bom. Por que? O mundo inteiro se comunica em inglês. Os outros países também têm essa mesma preocupação, por isso é que ressaltamos que em se tratando de outras línguas é fundamental avaliar bem o custo de aprendê-las versus o benefício que terá com isso.
Afinal, aprender uma língua nova requer esforço, tempo e dedicação. Mas como avaliar se o seu inglês é bom o suficiente? Simples: quando você consegue fechar negócios em inglês, quando seus interlocutores conversam com você naturalmente e nem se lembram que você não é nativo ou mal fazem menção a isso. Quando seu inglês estiver nesse nível, então você pode dizer que fala bem a língua. Não aceite nada menos que isso. Aí então, você deverá investir em uma terceira língua.
Outras formas de comunicação: explorar e conhecer. Informática, blogs, twitter, internet, intranet, processos e sistemas de informação e transmissão de dados. Como usuário, é importante conhecer o máximo e manter-se atualizado com todas as formas de comunicação.
  • Negociação
Todo mundo está vendendo alguma coisa a alguém o tempo todo. Isso é cada vez mais verdadeiro e se aplica constantemente ao mercado de trabalho, em um número crescente de áreas ou funções profissionais. Por esse motivo você deve dedicar especial atenção às suas habilidades nesse campo. Uma forma de entender e avaliar esse tópico em seu perfil comportamental é refletir sobre os itens a seguir. O quanto você se encaixa em cada um? Qual o tipo de dificuldade que tem? Qual o tipo de vantagem que você tem?
Resumindo, capacidade de negociação significa:
- Saber apresentar ideias de modo claro e convincente.
- Saber argumentar positiva, franca e objetivamente.
- Saber ouvir e ponderar o que se ouve.
- Saber amarrar conclusões e pedir/cobrar/tomar uma decisão ao final de um processo de argumentação ou mesmo de venda.
- Saber ouvir e entender objeções. Em seguida, saber construir formas convincentes de superá-las.
  • Adaptabilidade
Mudança é uma das duas grandes certezas da vida. As coisas mudam. Sempre. Por isso mesmo o profissional do futuro não deve apenas assumir uma posição de apenas aceitar as mudanças. Ele deve procurar prevê-las e antecipar-se a elas.
A capacidade de facilitar o processo de mudanças, quaisquer que sejam, para as pessoas à volta também é uma característica importante e uma habilidade a ser cultivada. Portanto, a linha de ação a seguir se traduz em buscar as mudanças, antecipar-se, procurar melhorar.
  • Educação Contínua
A vida é um aprendizado constante e no mundo moderno isso se torna cada vez mais verdade. A cada ano e semestre, novidades tecnológicas se incorporam ao nosso dia a dia. Novas descobertas e processos mais eficazes de fazer as coisas aparecem a cada momento.
O que era um mistério ontem tem uma solução hoje e amanhã será apenas uma lembrança. Por isso, o processo de treinamento e desenvolvimento de um profissional de sucesso ocorre por toda a sua vida. Ele tem que estar constantemente se atualizando, buscando novos conhecimentos, novas abordagens. Nesse item, os valores a serem praticados são:
- Buscar aprimoramento contínuo.
- Identificar qual conhecimento adicional é importante e ir buscá-lo.
- Questionar-se constantemente, exercer a curiosidade profissional.
  • Domínio da Tecnologia
Tecnologia faz diferença. Esse item tem uma relação estreita com os anteriores. Alguns valores importantes a serem praticados são:
- Buscar, usar e fomentar o uso de tecnologia de ponta, sempre que possível.
- Buscar condições para que seja possível usar tecnologia de ponta.
- Decretar sua própria obsolescência e partir para patamares mais altos de tecnologia, sempre que possível.
  • Foco nos Resultados
Ao fim e ao cabo, são os resultados que interessam, desde que a ética seja respeitada. As pessoas são avaliadas por suas ações e pelo resultado delas. Essa é uma máxima muito verdadeira. Dois tópicos muito importantes para reflexão e análise:
- Identificar qual é o resultado que se busca.
- Reconhecer o que agrega valor em termos de custos/esforços e centrar-se nisso.

Edson Rodriguez é consultor em gestão de pessoas e orientação profissional.

A importância dos treinamentos nas organizações

O tema deste artigo não é nenhum mistério, tampouco um novo achado. Contudo, as coisas que temos o hábito de considerar como simples ou lógicas são as que precisam ser lembradas.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Saiba quais carreiras ganham com o incremento em inovação no Brasil

Profissionais ligados ao desenvolvimento, melhoria de produtos e inovação devem ser mais demandados no futuro.

Infomoney
Investimento em inovação e design é uma das grandes apostas da indústria brasileira para competir com os produtos asiáticos e garantir competitividade mesmo em um contexto de câmbio desfavorável e alto custo de logística. Para promover essa transformação em produtos, serviços e processos nas empresas, no entanto, é necessário contar com profissionais qualificados e que entendam a dinâmica da economia internacional.

É nesta lacuna que estão inseridos os designers de produto. Antes utilizados em funções ligadas a lojas e empresas do setor moveleiro e de desenho de interiores, hoje os profissionais ganham cada vez mais espaço em indústrias ligadas à tecnologia, calçados, hospitais e eletrodomésticos.

O coordenador do curso de Desenho Industrial da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), Milton Francisco, explica que, com o crescimento da economia e o desenvolvimento de mais etapas de produção industrial dos produtos dentro do Brasil, o designer ganhou espaço, mas também é mais exigido. “Claro que é importante que quem busque o curso goste de desenhar, mas também é primordial que o designer se interesse e entenda sobre gestão. É necessário que ele pense projetos conhecendo a cadeia produtiva, viabilidade técnica e econômica. Hoje, ele está inserido em uma equipe multidisciplinar”, aponta o professor.

O padrão salarial, segundo o professor, ainda está longe do ideal, mas está em processo crescente. Um profissional iniciando suas atividades recebe em torno de R$ 1.000 a R$ 1.500 mensais, mas esse valor sobe bastante em algumas organizações.

O docente da Faap alerta, no entanto, que após a formação técnica é necessário continuar se aprimorando. Para ele, um bom profissional na área de desenho de projeto é aquele que amplia constantemente seus horizontes de conhecimento, o qualificando para desenvolver diferentes ideias para públicos distintos, e, consequentemente, desenvolve acesso a mais mercados. “Ele [o profissional] precisa entender relações de psicologia, antropologia, filosofia e estar constantemente buscando bibliografia complementar para atender um mercado cada vez mais complexo”, avalia Milton Francisco.

O inovador

A Unisinos (Universidade do Vale do Rio do Sinos), na cidade de São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre, é uma delas. Criou, em 2003, a graduação em gestão para inovação e liderança, com aulas em turno integral, grade diferenciada, aulas de inglês durante três anos, oferta de intercâmbios e até entrega de laptops para alunos. O curso, que tem mensalidades acima dos R$ 2.000, tem tido boa procura desde seu início, a ponto de motivar a abertura de novas turmas também em Porto Alegre este ano.

Para a professora de inovação do curso, Janaina Ruffoni Trez, o profissional formado pela graduação tende a ser cada vez mais demandado, já que existe uma grande necessidade de estruturar e inserir o conceito de inovação em empresas no País. “Em muitos setores ainda se inova muito pouco e, além disso, a inovação em muitas empresas ainda é intuitiva, não organizada, caótica, sem gestão ou orientação. Também é para essa realidade que olhamos no curso: não apenas de atender a demanda existente, mas de criar, estruturar e organizar departamentos de inovação em corporações”, aponta.

Engana-se quem pensa que os novos inovadores passam o curso em laboratórios de criação ou que toda essa carga horária é voltada apenas para lições de gestão. Os novos inovadores aprendem história, filosofia, economia, antropologia e até arte. “Assim, apresentamos contextos históricos, momentos e lições que ajudam a formar o lado humano do profissional. As disciplinas mais focadas em administração são ensinadas a partir do segundo semestre”, revela a professora, exaltando a necessidade de interdisciplinaridade para os futuros líderes inovadores.

Segundo a professora da Unisinos, os alunos têm conseguido boa colocação no mercado, sobretudo pela crescente necessidade de inovar na produção e nos processos em diferentes áreas. “Vemos um grande potencial para quem já está preparado para inovar em um mercado que cada vez mais procura por profissionais que saibam pensar, implantar e desenvolver processos de inovação dentro das suas realidades”.

Como atuam em diferentes áreas, mercados e possibilidades, não há um padrão salarial entre os gestores da inovação, embora o crescimento da atividade no mercado tenha estimulado o aumento dos salários médios da área. 
Outro profissional que ganha espaço com a necessidade de diferenciar os produtos desenvolvidos no Brasil para o consumo externo é o responsável pela inovação em processos, produtos e gestão. Embora não exista um cargo definido ou a exigência de uma graduação específica para quem pensa a inovação, universidades e instituições de ensino de todo País têm buscado se aprimorar para formar profissionais inovadores e preparados para promover novas soluções nas corporações.

A escolha da profissão

Apenas um em quatro publicitários, um em três engenheiros e um a cada dois administradores faz carreira a partir do título que escolheu e perseguiu. Precisamos voltar a perguntar aos nossos filhos: “O que você vai ser quando crescer?”

Por Tom Coelho

"Antigamente publicitário era aquele que tinha largado o curso de jornalismo. Hoje, publicitário é o cara que largou o curso de publicidade."(Eugênio Mohallem)
Uma análise do Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita pelo Observatório Universitário indicou a correlação entre a profissão exercida e o curso superior realizado pelos profissionais. Enquanto 70% dos dentistas, 75% dos médicos e 84% dos enfermeiros trabalham na mesma área em que se formaram, apenas 10% dos economistas e biólogos e 1% dos geógrafos segue pelo mesmo caminho.

Exame atento de outras profissões ainda nos indicará que apenas um em cada quatro publicitários, um em cada três engenheiros e um em cada dois administradores faz carreira a partir do título que escolheu e perseguiu.

É evidente que faltam vagas no mercado de trabalho. O emprego formal acabou. Nas décadas de 1960 e 1970 o paradigma apontava como colocação dos sonhos um cargo no Banco do Brasil, na Petrobras ou em outra empresa pública. Nos anos de 1980 experimentamos o boom das multinacionais e empresas de consultoria e auditoria que recrutavam os universitários diretamente nos bancos escolares. Já na década de 1990 o domínio de um segundo idioma, da microinformática e a posse de um MBA eram garantia plena de uma posição de destaque. Contudo, nada disso se aplica hoje.

As grandes empresas têm diminuído o número de vagas disponíveis e são as pequenas companhias as provedoras do mercado de trabalho atual. Ainda assim, a oferta de trabalho é infinitamente inferior à demanda – e, paradoxalmente, muitas posições deixam de ser preenchidas devido à baixa qualificação dos candidatos.

Assim como todos os produtos e serviços concorrem pela preferência do consumidor, os profissionais também disputam as mesmas oportunidades. Engenheiros que gerenciam empresas, administradores que coordenam departamentos jurídicos, advogados que fazem estudos de viabilidade, economistas que se tornam gourmets. Uma autêntica dança das cadeiras que leva à insegurança os jovens em fase pré-vestibular.

Há quem defenda a tese de que adolescentes são muito imaturos para optar por uma determinada carreira. Isso me remete a reis e monarcas que com idade igual ou inferior ocupavam o trono de suas nações à frente de grandes responsabilidades, diante de uma expectativa de vida da ordem de apenas 30 anos...

O que falta aos nossos jovens é preparo. Um aparelhamento que deveria ser ministrado desde o ensino fundamental por meio de disciplinas e experiências alinhadas com a realidade, promovendo um aprendizado prazeroso e útil, despertando talentos e desenvolvendo competências. Um ensino capaz de inspirar e despertar vocações. Ensino possível, porém distante, graças à falta de infraestrutura das instituições, programas curriculares anacrônicos e, em especial, desqualificação dos professores.

Em vez disso, assistimos a estudantes com 17 anos de idade, 11 deles ou mais na escola, que às vésperas de ingressar no ensino superior sequer conseguem escolher entre psicologia e comunicação social, entre arquitetura e educação física, entre veterinária e direito.

A escola e a família devem propiciar ao aluno caminhos para o autoconhecimento e descoberta da própria personalidade e identidade. Fornecer informações qualificadas e estimular a reflexão, exercendo o mínimo de influência possível. Muitos são os que direcionam suas carreiras para atender às expectativas dos pais, aos apelos da mídia e da moda, à busca do status e do sucesso financeiro, em detrimento da autorrealização pessoal e profissional. E acabam por investir tempo e grandes somas de dinheiro numa formação que não trará retorno para si ou para a sociedade.

Orientação vocacional não se resume aos testes de aptidão e questionários. Envolve conhecer as diversas profissões na teoria e na prática. Permitir aos estudantes visitarem ambientes de trabalho e ouvirem relatos de profissionais sobre os objetivos, riscos, desafios e recompensas das diversas carreiras. Tomar contato com acertos e erros, pessoas bem sucedidas e que fracassaram. Provocar o interesse e, depois, a paixão por um ofício.

Precisamos voltar a perguntar aos nossos filhos: "O que você vai ser quando crescer?" A magia desta indagação é que dentro dela residem os sonhos e a capacidade de vislumbrar o futuro. Aliás, talvez também devamos colocar esta questão para nós mesmos, pais e educadores.