quinta-feira, 10 de março de 2011

Geração Y e os desafios das empresas

Segundo pesquisa da consultoria de gestão Hay Group feita com mais de 5,5 mil jovens, esses jovens realmente têm pressa de subir na carreira.

Por Boris Leite, www.administradores.com.br

O que as instituições devem fazer para atrair e reter a nova geração de talentos? Esse tema tem sido recorrente nas empresas. A Geração Y (formada pelos nascidos entre o início dos anos 1980 e meados dos anos 1990) é pautada por valores altruísticos e sempre está à procura de qualidade e crescimento profissional rápido.

Segundo pesquisa da consultoria de gestão Hay Group feita com mais de 5,5 mil jovens, esses jovens realmente têm pressa de subir na carreira. Dos entrevistados, 18% já estão em cargos de chefia. Impacientes e extremamente conectados às novas tecnologias eles prometem revolucionar o mercado.

Do outro lado, as empresas já estão muito mais acostumadas aos funcionários da geração X, emocionalmente ligados ao local de trabalho, analógicos e que admitiam reconhecimento proporcional aos anos de casa. Tal mudança de perfil em tão pouco tempo é impressionante, mas todos devem se preparar.

As instituições ainda possuem o paradigma de reter seus colaboradores, de uma relação profissional de longo prazo. Esse comportamento deve ser reconsiderado: o raciocínio não é mais compatível à geração Y, que preza novas experiências e não se prende às empresas como a geração anterior.

O que deve acontecer nas instituições é a adaptação para esse fluxo. As empresas agora devem aprender que não podem simplesmente focar em reter, mas fazer com que os funcionários Y tenham uma experiência fantástica na empresa e que, mesmo se decidirem sair, possam voltar a trabalhar nela depois de algum tempo e outras experiências profissionais. Um ambiente de aprendizagem é ideal para o perfil desses indivíduos. O levantamento da Hay Group ainda mostra que 93% dos entrevistados desejam continuar no emprego se existir investimento por parte da empresa.

As companhias também devem aprender como este fluxo pode ser importante e saudável para os negócios: pessoas novas trazem idéias, experiências e visões novas, o que sempre é importante no mercado atual, que precisa se renovar constantemente.

Outro aspecto relevante fica por conta da cultura. Esta precisa ser forte e atuar como fator essencial para se tornar realmente um diferencial competitivo para os profissionais que prezam a sensação de pertencimento, se dedicam quando reconhecem uma causa e que querem fazer um trabalho diferente na empresa. 71% dos entrevistados dizem que as referências da empresa devem estar alinhadas aos seus próprios valores pessoais e que a fidelidade não é mais relacionada à empresa, mas aos próprios princípios do individuo.

Por meio do treinamento de líderes e projetos lúdicos para funcionários, o conflito entre as gerações pode ser amenizado. A instituição também deve deixar de lado os paradigmas criados e aproveitar as características positivas, que são muitas: a geração Y é formada por jovens dinâmicos que possuem habilidade com novas tecnologias, não são acomodados, têm amplitude de interesses e são muito bem informados.

Podemos ver exemplos de sucesso nessa relação em muitas empresas que assimilarem muito bem o momento. Dentre as principais iniciativas, estas companhias oferecem horário flexível de acordo com o perfil do novo colaborador que é incentivado a refletir e a criar um ambiente agradável de trabalho.

Boris Leite - é presidente da Axialent Brasil

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